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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Cadeia Alimentar

Eu moro em um bairro bastante arborizado o que significa uma grande população de pássaros por aqui. Sou louca por passarinhos soltos no mundo, adoro vê-los cantar por ai, pousar no muro de casa, principalmente os pardais. Adoro pardal. Eles são lindos, adoro quando eles se esfregam na areia da rua.

Minha mãe eu pegamos o hábito de jogar comida para os passarinhos num esquema especial: a gente joga arroz no telhado das casinhas vizinhas que são mais baixas que a nossa e ao lado de um quintal cheio de árvores então assim que os bichinhos vêem o telhado branquinho de arroz eles descem das árvores e vão comer. O esquema dá tão certo que os passarinhos ficam esperando a comida, sim, esperando. Mais ou menos no horário de sempre o telhado fica cheio de pardais e rolinhas para o rango grátis deles, uns lindinhos que já estão gordinhos, e não são poucos, nos melhores dias já chegaram 42 passarinhos (eu contei) e na maioria são rolinhas, as mais mansas.

Até agora tudo perfeito mas não contei que as casinhas vizinhas estão vazias há meses com seus vidros quebrados e portas abertas. Essas casas viraram um cortiço de gatos, aí que a história se complica.

Habitam a casa permanentemente dois gatos: um preto maldoso e uma branquinha sem rabo e um pedaço da orelha faltando. Esses dois pentelhos caçavam os meus passarinhos alimentados com muito amor, já cheguei a presenciar o bote da gatinha branca. A cena da gatinha sem rabo pulando em cima do passarinho indefeso foi o fim da picada para mim, tive de tomar uma atitude. Passei a espantar os gatos toda vez que os via. Era água, bolinha de papel, cheguei a jogar um tubo velho de tinta guache no preto maldoso quando ele estava batendo na outra gatinha. Um dia eu pedi para minha tia comprar um estilingue para mim, ai começou a caçada de verdade. Minhas munições eram bolinhas de papel mas o vento sempre mudava o curso delas. Passei para ração das minhas cachorras - escondido da minha mãe claro. Nunca acertei um.

Não mirava nos gatos para não machucar (mas mesmo que eu mirasse eu não acertaria o que faz do não-mirar um problema, mas enfim, nunca acertei). Minha intenção era assustar. Eu atirava aqueles grãos de ração e a gatinha branca - a melhor caçadora - nem se mexia, pelo contrário, ela comia a minha munição. Foi ai que tive a idéia de estimular a preguiça da gata e dar comida à ela também. Com a gatinha (a quem dei o nome de Summer, after Summer Roberts) também tenho um esquema: de manhãzinha faço aquele barulho com a boca que quem quer chamar um gato faz dai ela aparece embaixo do muro da minha casa e eu jogo a comida na telha onde ela come feliz.

Agora a minha pseudo gatinha está esperando filhotes, para falar a verdade ela está enorme e eu estou feliz por ajudar os gatinhos a crescerem fortes na barrigona dela apesar de não poder encostar em um gato sem meus olhos começarem a inchar e bater aquela falta de ar básica, alergia sucks.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Comer, Rezar, Amar

Elizabeth Gilbert nasceu em Waterbury, Connecticut, USA, no dia 18 de julho de 1969. Ela cresceu em uma fazenda de árvores de Natal onde não havia tv ou rádio então sua distração era ler e escrever contos com sua irmã mais velha. Formou-se em arte e em ciências políticas na New York University e trabalhou como cozinheira e garçonete antes de entrar para o jornalismo através de uma revista. Como jornalista tem seus trabalhos publicados pelas revistas SPIN, GQ, The New York Times Magazine, Allure, Real Simple e Travel + Leisure. É autora de Comer, Rezar, Amar; Comprometida; Pilgrims; The Last American Man e Stern Men. Passou por um divórcio complicadíssimo e logo envolveu-se com um ator anos mais novo com quem conheceu uma Guru e a filosofia indiana que trouxe a yoga e a meditação à sua vida, seu amor e sua busca a Deus são fatores super presentes em seus livros.

Comer, Rezar, Amar é o relato do ano pós-Divórcio, pós-David de Liz Gilbert. É totalmente real: ela realmente passou 4 meses comendo pasta e aprendendo italiano na adorável Itália, 4 meses rezando/meditando na Índia e 4 meses equilibrando tudo isso na Indonésia. Juntando tudo temos em mãos a jornada espiritual de auto-conhecimento de nossa heroína vivida no cinema por ninguém menos que Julia Roberts. O livro vendeu 4 milhões de cópias no mundo e ficou 199 semanas ( 3 anos e 10 meses) na lista de best-seller do The New York Times.

Livro

Eat, Love, Pray foi o meu segundo livro de 2011, o primeiro livro que li original e integral, no inglês, e é um exemplar lindo em papel jornal que comprei na Livraria Cultura como meu presente de Natal e emprestei pra Gabê. Resolvi ler porque achei o trailer do filme tão bonitinho e sempre me arrependo de ver um filme antes de ler o devido livro. E também porque encontrei com MUITA GENTE lendo no metrô, o que é realmente um milagre para Zona Leste de São Paulo, e resolvi encarar logo apesar das muitas críticas que ouvi, afinal se o povo deixa de dormir no metrô para ler deve ser um livro bom. Não me arrependi.

O livro é subdivido em 3 livros: Italy - Persue for pleasure or Say it like you eat it, India - Persue for devotion or Congratulations to meet you & Indonesia - Persue for balance or Even in my underpants I feel different.

A minha parte favorita do livro foi a Indonesia, o lugar no qual ela se dá conta que precisa elaborar uma rotina nova e encaixar os novos elementos que foi juntando por onde já passou e também porque é o lugar onde ela se apaixona. A parte que eu menos gostei foi a Itália. Lá, na maior parte do tempo, o livro é realmente sobre comida, apesar disso, gostei de como a Liz driblou a depressão, saiu dos anti-depressivos, de como não sentiu nenhuma culpa ao comer sem parar - sem mesmo ligar para os 28 kilos que engordou - e não ter tido absolutamente nenhuma rotina ou obrigação além de aprender italiano e ler uma notícia por dia no jornal. A Índia foi legal de ler no sentido auto-ajuda (podem me julgar mas eu curti muito). Estou aplicando em minha vida o controle de pensamentos que eu descobri ser possível graças ao Richard from Texas, agora meditação não é comigo, aquietar minha mente é uma coisa incrivelmente difícil para mim.

Foi um livro que me acrescentou muito como pessoa e me fez repensar algumas atitudes que eu tenho em relação ao mundo e até me mudou em alguns aspectos como a disciplina, essa coisa de fazer o que eu me proponho. Além disso, aumentou minha vontade, que já não é pequena, de conhecer o mundo. É uma leitura que eu recomendo.

Filme


Dog days are over, dog days are done now

Confesso que sou muito exigente em relação aos filmes baseados nos livros que eu li e assim que terminei o livro fiquei muito ansiosa para assistir à sua versão cinematográfica pensando em como aquele tijolo de 450 páginas seria adaptado para um filme de 2 horas e tenho de assumir que fiquei muito contente com o resultado principalmente porque em algumas partes o livro é parafraseado mesmo, o que está escrito no livro é narrado no filme pela Julia Roberts, atriz que achei perfeita para o papel. Claro que é impossível levar ao cinema tudo então algumas personagens ficaram de fora e algumas adaptações foram feitas, por exemplo: no livro ela dedica a gurugita ao seu sobrinho Nick e não a Tulsi cujo casamento não acontece.

No filme eu me apaixonei pela Sophie e tive mais respeito pelo David. O meu favorito, Richard from Texas me decepcionou um pouquinho, a Deborah que tanto queria ver não apareceu assim como as Ketuts adotadas pela adorável Wayan. O Ketut Liyer foi puro amor. Adorei também as cenas com o ex-marido e a montagem do divórcio.

As minhas críticas são em relação ao melodrama introduzido na história através do Richard from Texas - quando conta a história de seu divórcio e de seu filho - e no casal Liz & Felipe que no livro foi uma coisa leve, doce e natural sem nenhuma discussão como aquela cena super dramática me-encontre-no-cáis-ao-pôr-do-sol. Mas o meu maior incômodo foi, de longe, a escolha do Javier Bardem, o novo queridinho de Hollywood, para interpretar o brasileiro Felipe. O Bardem não fala portugês direito, não impressiona com sua atuação e não é o brasileiro de 52 anos que ela descreve no livro. Que idéia é essa de que latinos são todos iguais? Juro que ao ler imaginava como Felipe alguém como o nosso galã José Mayer. No Brasil temos muitos atores bons então pra quê importar um brasileiro falso, hein?
Bardem brasileiro, hein?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Animal Cuts. Because Cardio sucks.

Todos os dias de manhã eu vou à academia com minha irmã. Academia significa música eletrônica de cds antigos muuuito alta que me impede de ouvir minhas músicas. Durante meus minutos de exercícios me baixa uma autista e eu passo o tempo todo cantando músicas que NÃO estão tocando e nesse 1 mês e meio em que me encontro nessa situação acabei fazendo uma mixtape do que eu queria que tocasse quando estou morrendo no meio das minhas séries naqueles aparelhos de tortura medieval. Aqui vai:




Bom, as músicas não são necessariamente felizes mas são animadas e me deixam feliz portanto. A capa é a réplica de um poster grudado na parede lá da academia e o título também é originário do mesmo poster. Animal Cuts é o nome do produto para bombadinhos e Cardio sucks porque quem quer ficar forte fazendo exercícios, né?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Buquê de Sonhos, muito prazer!

A história começa assim: eu entrei no banho quando percebi que o sabonete havia acabado, abri a porta do box e fui, encharcada e molhando o banheiro inteiro, pegar um sabonete no armário. Peguei um sabonete branco e li na embalagem que ele deveria ter cheiro de BUQUÊ DE SONHOS. What the fuck?



Vocês já reparam que a maioria dos sabonetes tem sabor? Sim, Sabores. Morango, pêssego, chocolate, macadâmia, amêndoas, pimenta... Minha mãe vai ao supermercado e escolhe um de cada cor, ou melhor, um de cada sabor. Explicação? Não tem.

Qual é o cheiro de buquê de sonhos eu não tenho idéia, para falar a verdade não sou uma pessoa ligada a cheiros, para ser mais verdadeira ainda eu preciso cozinhar com as panelas destampadas porque caso contrário a comida queima embaixo do meu nariz e eu não sinto nenhum cheiro. E afinal o cheio real do sabonete é de... sabonete, nada de extraordinário, nenhum cheiro de infância ou tempos bons, cheiro de sabonete até onde minha gripe me permitiu sentir.

Depois do meu banho com o buquê de sonhos abri o armário e comecei minha busca por mais nomes estranhos e com certeza achei. O vencedor para mim é o Primeiro Beijo. Minha busca acabou no site onde descobri que ainda faltaram alguns nomes para minha coleção.

De cima para baixo: Surpresa de Morango, Degusta-me e Primeiro beijo.

Queria conhecer a pessoa que nomeia os sabonetes e dar meus parabéns pelo romantismo.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Pausa básica para falar de mim

A Kamilla do Mundo Efêmero me indicou esse meme, espero que gostem de saber um pouquinho mais sobre mim. Quando forem comentar seria legal se cada um desse a suas respostas também.

1 - Qual é para você o cúmulo da miséria?
Negar ajuda a quem precisa.

2 - Onde gostaria de viver?
"California, here we come right back where we started from, CALIFOOOOORNIA." Apesar de nunca ter saido do Brasil, tenho a sensação de que a California seria o lugar ideal para mim.

3 - Qual o seu ideal de felicidade terrestre?
Uma noite bem dormida, um ventinho na beira do mar e o chocolate caramelo do Starbucks com o meu namorado, tudo isso com aquela liberdade e leveza de quem tem todos os problemas resolvidos.

4 - Quais as faltas que merecem sua indulgência?
Todas aquelas cometidas por ingenuidade e sem maldade, errinhos básicos por distração.

5 - Qualidade que prefere no homem
Consciência inabalável. Não sentir peso na consciência é um dom masculino.

6 - Qualidade que prefere na mulher
Aqui vou concordar com a Kamilla: "Apesar das feministas quererem me exorcizar, eu gosto dessa multiplicidade da mulher de conseguir ser dona de casa, esposa, mãe e trabalhar fora."

7 - Por qual personagem da literatura se apaixonaria?
Adam do livro Melancia. Ele é uma gracinha, super responsável, cuida sozinho de uma filhinha e ainda estuda psicologia.

8 - Qual o seu palavrão preferido?
Não sou muito de falar palavrões. O que eu mais falo é Fuck e suas fucking variações não sei porque peguei essa mania, talvez porque fuck não me parece um palavrão muito feio quando deslocado para uma frase em português.

9 - Qual seria para você a maior desgraça?
Virar um vegetal que depende de máquinas e cuidados alheios.

10 - Como gostaria de morrer?
Aneurisma cerebral que se rompe durante meu sono ou morte cerebral para que eu possa doar meus órgãos.

Indico para:
Deyse e Vanessa.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Auto-estima equilibrísta

Eu tenho um sério problema que eu chamo de "auto-estima equilibrísta". Em um momento eu estou vivendo minha vida e escrevendo coisas legais sobre a Marian Keyes, no momento seguinte eu sou uma bullshit. O problema desses momentos em que eu sou uma bullshit é que eu realmente viro uma bullshit do tipo não-penteio-o-cabelo-como-porcaria-me-sinto-uma-melancia e passo o tempo inteiro criticando a mim mesma, além de demorar muito até conseguir um guindaste para me arrancar desse fundo do poço. Falando a verdade, nesses momentos de bullshitness eu tento convencer meu namorado de como ele é bom demais para mim e de como não mereço estar com ele. Juro que no passado esses dark places duravam meses a fio (claro que eu penteava o cabelo para ir à escola) e ainda tentava juntar seguidores com o meu lema: come to the dark side, we have fat, hot, dirty cookies. Agora esses momentos são mais rápidos porém constantes. A rapidez tem nome e sobrenome, Gabriel Pozzi, aquela pessoa que faz com que os momentos ruins vão embora rapidinho, a constância também, Falta de Confiança, que faz com que esses momentos voltem sempre. Sinceramente além do meu nome e aniversário são poucas as coisas que eu afirmo 100% sure, sempre na dúvida o que foi resultado de insegurança na infância, ensino médio torturante e amigos aproveitadores. A minha self-mastery tentativa de melhora é uma agenda com frases bright and shiny onde me obrigo a escrever todas as noites, meditação (ou tentativas de) balinesa, doses de tv/livros/filmes como distração e muito exercício físico (quem sabe as endorfinas não aparecem para ajudar).
Sabe o que eu queria? Ser uma mente simples, só isso. Queria ter sido uma daquelas crianças que respondem "mamãe" quando perguntadas sobre o que querem ser quando crescerem, mas não. Sempre respodi médica, veterinária, advogada, cientista, nadadora, professora, cineasta... me ferrei, hoje eu sou uma dessa pessoas que dormem e acordam para ter faculdade perfeita, apartamento na zona oeste, marido atencioso que sabe cozinhar, trabalho incrível na chefia, viagens sem fim para o exterior, tudo isso enquanto escrevo um livro, faço meu doutorado na Brown e meu telefone não para de tocar com propostas de empregos quentíssimos, além de ganhadora de prêmios infinitos, claro. Eu passo longe de uma mente simples, coisa peculiar para quem passa a semana inteira de pijamas.

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