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terça-feira, 27 de março de 2012

2 mil toques sobre O Morro dos Ventos Uivantes*

Na fazenda chamada Morro dos Ventos Uivantes nasce uma paixão devastadora entre Heathcliff e Catherine, amigos de infância e cruelmente separados pelo destino. Mas a união do casal é mais forte do que qualquer tormenta: um amor proibido que deixará rastros de ira e vingança. "Meu amor por Heathcliff é como uma rocha eterna. Eu sou Heathcliff", diz a apaixonada Cathy. O único romance escrito por Emily Brontë e uma das histórias de amor mais belas de todos os tempos, O morro dos ventos uivantes é um clássico da literatura inglesa e tornou-se o livro favorito de milhares de pessoas. (fonte: Skoob)

Quem lê essa sinopse não tem ideia do quão enganosa ela é.

Catherine Earnshaw se diz apaixonada pelo sinistro Heathcliff mas não hesita em trocá-lo por Edgar – endinheirado - Linton, pelo simples fato de que preferiu a segurança financeira e uma boa casa, coisas que Heathcliff não poderia oferecê-la. Catherine casa-se com Edgar, alegando que apesar de amar Heathcliff ele não serve de marido a ela. Heathcliff magoado, se é que ele é capaz desse tipo de sentimento, foge. Os Linton vivem sua vidinha pacata, sempre pisando em ovos para não exaltar Chaterine, que é mimada e tem tudo o que quer, como uma Scarlet O'Hara da literatura inglesa. O retorno de um Heathcliff rico abala a vida na Granja dos Tordos. Catherine lembra que ama o galã-vilão e resolve mover montanhas para ter a sua história de amor.

Antes de dizer que O Morro dos Ventos Uivantes é uma história de amor deve-se dizer que é uma história de muita loucura. Penso que esta é uma história digna de um filme do Tim Burton (que eu não vou gostar, claro) com muitas mansões mal-assombradas, personagens pescoçudos e de dedos cumpridos, com cabelos coloridos e roupas de alfaiataria, bem estilo inglês. De preferência com canções animadas e macabras. O Tim Burton poderia transformar em um filme infantil!

Não entendo muito bem o porquê de alguns livros serem considerados clássicos e pra ser sincera não me importava muito em entender até me ver sozinha com Emily Brontë. Passei a querer ler todos os clássicos para entender isso melhor. Talvez entenda, talvez não; o importante é tentar lembrando que este é o livro favorito de muita gente que entende muito mais de literatura que eu. 

Talvez o amor de Catherine seja interesse e talvez o amor de Heathcliff seja teimosia e orgulho, não se sabe ao certo o que passa na mente dessas gerações de Heathcliffs, Lintons e Earshaws, porém é necessário ir de encontro à Emily Brontë preparados para muito mais loucura e um pouco menos de amor do que a propaganda diz. Pode ser um livro para se ver com os olhos dos mais antigos, daqueles que faça mais sentido para sua avó que para você.

O livro é excelente quando se vai com expectativas baixas.


* título baseado no jeito jornalístico de fazer textos com o número contado de toques.
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