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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Que a sorte esteja sempre conosco

Ou: Postando porque a Vanessa pediu.

Eu sou da geração Harry Potter. Lembro de ir ver no cinema o primeiro filme e babar nos livros que nunca tive. Só pude ler o primeiro livro com 12 anos porque uma vizinha me emprestou. Cresci com aquela magia e com o amor por aquela saga. Para mim era certo que esse amor nunca seria substituído ou mudado. A fantasia e a magia seriam sempre minhas companheiras, até que as coisas mudaram.

As coisas sempre mudam. Não há imutabilidade no crescimento.

Há pouco tempo fui visitar uma amiga e ela me emprestou o livro Jogos Vorazes. Ela disse "leia, é legal", e só. Estava curiosa, mas com baixas expectativas. Não poderia estar mais errada. Antes mesmo de terminar o último livro já estou aqui declarando meu amor incondicional pela saga.



Antes da leitura, conhecia apenas o plot geral que vi no trailer do filme. Achei que era apenas mais uma história de aventura, o que não faz nenhuma justiça a magnitude do que a Suzanne Collins escreveu.

A saga é narrada pela Katniss, uma garota de 16 anos que mora em um distrito paupérrimo - em que a inanição é uma grande causa de mortes - num país chamado Panem, que é apenas o resto da América do Norte depois da destruição do planeta todo. Como forma de submeter a população ao poder da Capital, cada um dos 12 distritos de Panem devem mandar um tributo - um jovem entre 12 e 18 anos - para a edição dos Jogos Vorazes, que é um Big Brother da morte, onde apenas o vitorioso sobrevive. Katniss foi lutar os Jogos.

Lendo isso, parece uma canificina só (algumas vezes é) mas a história é muito muito mais que isso. É uma história sobre opressão, submissão, rebeldia e revolução. São três livros onde coisas cruéis são contadas, mas quem não garante que já não foram - ou podem vir a ser - a realidade? Tenho certeza que os Jogos já foram vividos muitas e muitas vezes. E de uma maneira mais socialmente aceita, todos nós vivemos em busca da sobrevivência. Você pode até não estar sendo caçado abertamente, mas há certamente um contrato social que direciona suas ações. Você trabalha pela sobrevivência, entra no metrô lotado, em condições desumanas para chegar no horário certo, batalha batalha batalha.

Collins escreve sobre a batalha pela sobrevivência, mulheres fortes e heróis que se sacrificam por amor e dedicação. O maniqueísmo não é forçado, as relações são humanas e genuínas. Os personagens são envolventes e o enredo surpreende mais a cada página virada.

É certo que essa saga vai bem além da aventura e fantasia, ela proporciona a reflexão.

Escrevi esse monte de superficialidades, mas o que eu queria dizer é: Dê uma chance a essa história. Virou a minha saga favorita e agora eu me sinto a traidora da J.K. Rowling, mas é muito fácil trocar o Harry Potter pelo Peeta Mellark.
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