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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Desastre mora ao lado

Meus vizinhos X e Y moram juntamente com a mãe de Y e suas três filhas X1, X2 e X3 em dois cômados, quase do tamanho do quarto da minha mãe, sem contar que são 2 camas para 6 pessoas. Todos pensam: "Esse tipo de coisa não existe", existe sim e existem situações ainda muito piores que essa. Minha tia estava comentando com a família naqueles almoços de domingo sobre um cara portador da Síndrome de Edwards (que consiste num problema genético no qual a criança nasce com, no mínimo, os membros deformados) que pintava lindos quadros usando a boca. Essa semana o Brasil inteiro ficou chocado com aquele caso no qual o padrasto colocou trinta e poucas agulhas no corpo de uma criança de 2 anos para vingar-se da mãe dele. E os exemplos não param por ai não...
Por pior que sua vida seja ou esteja sempre exite alguém pior, assim como sempre existe alguém melhor, você nunca estará no topo ou no final da cadeia alimentar, sempre tem alguém acima ou abaixo. My point is: a vida também tem a sua parte ruim. As vezes a parte ruim é tão ruim que ofusca a parte boa, ou como a Jenny Lewis descreve "The lows are so extreme that the goods seem fucking cheap", mas agora imaginem se a vida fosse apenas a parte boa, você daria valor para toda essa felicidade caso não conhecesse a tristeza?
Bom, é óbvio que hoje o propósito não é destacar o lado bom de um acontecimento ruim e sim mostrar que devemos olhar para o lado ruim com um olhar atento e crítico, devemos refletir mais com o objetivo de aprender a valorizar mais as coisas boas que acontecem conosco. É claro que isso tudo pode parecer muito clichê para alguns, tanto que até deixarão de acompanhar as novas postagens, mas todo clichê é uma verdade universal, por isso são tão usados assim, clichês são verdades e muitas vezes verdades doem. Mas, enfim, a vida é do jeito que é por algum motivo, coisas ruins acontecem para que as coisas boas pareçam melhores, mesmo sendo pequenas, não deixe de valorizar as pequenas coisinhas. Quando você achar que as coisas não podem piorar olhe para o lado, lá você verá um bom exemplo de como nada está tão ruim assim como você pensa. Ou então olhe para cima, pois é nesse momento que começará a chover!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O peixe e a árvore

Desde muito criança sempre tive muitos peixes, o tipo ideal de animais, fica dentro de uma caixinha de vidro cheia d'água (vulgo aquário) sem encomodar ninguém, sem fazer barulho, sem fazer sujeira. Meu pai sempre foi um grande admirador de peixes, sempre que eu pedia um cachorro ele me dava um novo peixe e assim foi minha vida até a separação dos meus pais. Quando ele mudou-se de casa o meu primeiro pedido foi um cachorro, com um pouco de atraso o cachorro chegou e outro cachorro chegou, totalizando duas cockers. Para uma criança acostumada com peixes ter um cachorro foi uma grande mudança, cachorro te lambe, te segue, te acorda quando quer comida, bagunça a casa, late, chora, estraga os seus chinelos quando são filhotes, precisam de banho, tosa, sair para passear. O costume (e o trabalho) com cachorros faz com que peixes pareçam brinquedinhos. Há muito tempo nenhum peixe entrava em minha casa até o dia 27 de junho, dia no qual ganhei um peixinho beta de uma amiga na festa junina da minha escola de inglês, no começo foi uma grande impolgação, escolhi o nome coloquei num aquário e alimentava regularmente até que a impolgação passou e eu simplesmente esqueci da existência do peixe chamado Vania. Esqueci de sua existência até ontem.
Ontem a noite cheguei e fui ligar a tv, o aquário fica ao lado dela, uma coisa estava estranha, o aquário estava vazio aparentemente, só aparentemente, o peixe estava morto e preso perto da bomba de oxigênio. A minha primeira reação foi uma tristezinha, daquelas "Perdi o filme que eu queria ver na tv, que triste" mas isso passou rápido, bem rápido, no fundo eu nem notava a presença dele, o peixe era a indeferença, cada um de nós em relação ao mundo, o mundo é indiferente a mim assim como eu era ao peixe, talvez esse fosse o mecanismo que eu utilizava para me vingar do mundo, ser indiferente ao pobre peixinho e o peixe por sua vez também era indiferente a mim, eu era apenas a pessoa que o alimentava quando minha irmã não o fazia. Hoje de manhã fui fazer o ritual de despedida para o peixe, enterrá-lo na planta, uma mini-árvore para ser exata, e esvaziar o aquário. Só hoje percebi o quanto o aquário era grande para um único peixe beta, mas isso não vem ao caso. Todos estão agora se perguntando "qual é o lado bom da morte de um peixe?" Da morte em si, nenhum. Da situação foi o aprendizado. O que não pude parar de pensar foi em como fui indiferente à um ser vivo, a um ser vivo como qualquer um outro, o que o difere das minhas cachorras é apenas a anatomia, apenas a anatomia é o que difere ele de mim. Acho que não me importar com o peixe, que não tem mais ninguém no mundo, me faz perder o direito de querer que as pessoas se importem comigo, não se pode exigir dos outros o que não se pode dar a eles, não me importar com o peixe foi o auge do que se pode chamar de atitude desumana.
Enfim, há situações nas quais o lado bom não está imbutido esperando que você aperte um botão para que ele salte e diga "Surpresa!", não. Muitas vezes o lado bom de algo está na mudança que ele proporciona a você, um novo ponto de vista que essa situação te apresenta, isso sim é o lado bom, na verdade esse é o lado ótimo, porém isso que eu chamo de "lado ótimo" não é tão fácil de ser encontrado pois ele está dentro de você mesmo e é realmente difícil tirá-lo de lá. Hm, uma nova maneira de pensar sobre os animaizinhos que vivem submersos em água é o que eu ganho com a morte do meu peixinho vermelho. Ah, minha mãe ganhou mais espaço na prateleira da cozinha esse foi o "lado ótimo" para ela.


Queria agradecer os comentários, todas as sugestões e críticas foram ótimas para o desenvolvimento do meu blog. Obrigada, gente! e voltem sempre :)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Desastres que nos perseguem

O que você faz quando é perseguido por desastrezinhos? Quando você acorda seu chinelo não está ao lado da cama, você vai de pé no chão, morrendo de fome para a cozinha pega um pãozinho mas cadê a margarina? então você olha para o alto, como se Deus estivesse distraido com outra coisa e você precisa que Ele olhe pra você, no desespero você diz: "Come on!, Come freaking on!" isso te enche de esperança e te faz ir trabalhar, mas esses desastres não param por ai: sua chave não entra no portão, você tropeça no meio do caminho, perde o ônibus, chega atrasado, o café da empresa acabou. Então, o que você faz quando é perseguido por desastrezinhos?
Foi essa perseguição, a sensação de ser a piada côsmica do dia que me levou a necessidade de procurar o lado bom das coisas, afinal reclamar de tudo não dá. "No final tudo dá certo"? Por que não pode dar certo no meio? Por mais pretas que as coisas se encontram sempre há algo bom no meio, nada é 100% ruim e é esse o objetivo desse blog, encontrar situações positivas no meio da escuridão.
Vamos ao que interessa. Você não tem nem 1 minutinho disponível, sua vida é um caos, tudo o que você quer é um tempo disponível para arrumar seu quarto, tirar as roupas que você não usa do quarda-roupas, reler os livros do vestibular, ouvir as músicas escondidas do seu computador, escrever no seu blog que finalmente vai deixar de ser apenas um mero projeto. Agora isso não é mais um problema, YAY, você tem tempo, tem um computador funcionante e idéias cultivadas por 3 anos de ensino médio. Seu namorado hiper suportive dá o maior apoio e incentivo, tudo o que você precisava, mas ok, agora vamos tirar da lista os itens que você não vai fazer: arrumar o quarto e o guarda-roupas (pra quê?, eles nem vão ficar arrumados mesmo). Reler os livros do vestibular: talvez. Escrever no seu blog é uma boa pedida e ainda dá pra juntar com o outro item: ouvir as músicas escondidas no seu computador. Agora é a hora. Para começar você faz o layout do blog, faz o design do banner no photoshop, isso ai, deixa tudo com a sua cara. Mas como desastres te perseguem o PHOTOSHOP TRAVA, that's what you get por achar que tem um "computador funcionante", e como você estava apostando nesse computador decente ainda não havia salvo o banner, que estava bom por sinal. Sim, você fica p#$* da vida, fala todos os palavrões que conhece, amaldiçoa a mãe de quem criou o fuckin photoshop. Agora pergunte-se, qual é o lado bom? Nenhum? Está enganado, my friend, esse desastrezinho gerou o primeiro post para o blog! ;)
Esse é um dos desastres do dia, o primeiro do blog mas só quem tem a vida cheia deles sabe que esse é fichinha perto dos que ainda estão por vir, dos que já vieram então ai vamos nós, comece sua viagem e não pule nada.
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