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domingo, 19 de maio de 2013

Adeus

Quando não se sente mais a vontade em sua própria casa, está na hora de mudar. Vocês podem me encontrar no Estopim.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

I feel it all (?)

Outro dia, voltando para casa no ônibus, com a janela aberta, veio um vento gelado na minha cara. Me concentrei em sentir aquilo e foi engraçado. Foi como se eu nunca tivesse sentido um vento frio no rosto.

Vivo me colocando em inércia, em fast foward. A apatia é tão fácil que se torna bem melhor permanecer nela. A alegria é trabalhosa. Permaneço nessa apatia que descobrir alguns desses feels se torna algo renovador.

Não que eu não sinta nada nunca, porque isso é mentira (sou muito sentimental), o negócio é que eu gosto de evitar sentimentos muito complexos fora de hora, mas acho o máximo quando eles me arrebatam. É um lembrete muito bom, esse lembrete da vida.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

O outro lado do Lollapalooza

Passaram 15 dias desde o Lollapalooza, mas fiquei com vontade de falar sobre isso. Não sobre os shows, porque já falei sobre isso aqui. Fiquei com vontade de falar sobre as condições para se sobreviver em um festival de música na TPM.

Obviamente, com a minha sorte, eu não poderia apenas comprar um ingresso (caro) para um show e ser totalmente feliz nele, não. É claro que aconteceria algo de errado. Nesse caso aconteceu a TPM. 

Um dia de irritação extrema e nervosismo acumulado não combina com um local com 55 mil pessoas e um chão nojento de lama (porque quem viu o festival pela TV não foi capaz de viver aquele cheiro de cocô de cavalo e aquela lama que prende o pé).

Até a noite estava tudo muito bem, mas devido à tumultos fui ficando cada vez mais mau-humorada e menos aberta a aventuras na lama. Antes do show do Black Keys, perdi meu lugar na grade, fui parar na lama e virei rota de travessia, com gente passando de todos os lados para pisar nos meus pés. Confesso que em um certo momento quase saí no braço com uma menina que pisou no meu pé, culpa da TPM. Na saída, afundei o pé na lama até o tornozelo, o que me fez chorar de raiva (e ficar 2 horas lavando meu sapato). 

Meninas devem imaginar o nível de estresse e fúria que me atingiu nessa noite. Os shows maravilhosos (ponto para Two Door Cinema Club e The Black Keys), a roda gigante e a companhia incrível do namorado salvaram o dia da lama (literalmente). 

Apesar de tudo, pude curtir os shows e me divertir durante as músicas, mas não digam que festivais de música são puro glamour, porque no meu caso não foi verdade.


Ps: Feliz aniversário, meu amor. Sem você, esse dia não teria valido a pena. 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Que a sorte esteja sempre conosco

Ou: Postando porque a Vanessa pediu.

Eu sou da geração Harry Potter. Lembro de ir ver no cinema o primeiro filme e babar nos livros que nunca tive. Só pude ler o primeiro livro com 12 anos porque uma vizinha me emprestou. Cresci com aquela magia e com o amor por aquela saga. Para mim era certo que esse amor nunca seria substituído ou mudado. A fantasia e a magia seriam sempre minhas companheiras, até que as coisas mudaram.

As coisas sempre mudam. Não há imutabilidade no crescimento.

Há pouco tempo fui visitar uma amiga e ela me emprestou o livro Jogos Vorazes. Ela disse "leia, é legal", e só. Estava curiosa, mas com baixas expectativas. Não poderia estar mais errada. Antes mesmo de terminar o último livro já estou aqui declarando meu amor incondicional pela saga.



Antes da leitura, conhecia apenas o plot geral que vi no trailer do filme. Achei que era apenas mais uma história de aventura, o que não faz nenhuma justiça a magnitude do que a Suzanne Collins escreveu.

A saga é narrada pela Katniss, uma garota de 16 anos que mora em um distrito paupérrimo - em que a inanição é uma grande causa de mortes - num país chamado Panem, que é apenas o resto da América do Norte depois da destruição do planeta todo. Como forma de submeter a população ao poder da Capital, cada um dos 12 distritos de Panem devem mandar um tributo - um jovem entre 12 e 18 anos - para a edição dos Jogos Vorazes, que é um Big Brother da morte, onde apenas o vitorioso sobrevive. Katniss foi lutar os Jogos.

Lendo isso, parece uma canificina só (algumas vezes é) mas a história é muito muito mais que isso. É uma história sobre opressão, submissão, rebeldia e revolução. São três livros onde coisas cruéis são contadas, mas quem não garante que já não foram - ou podem vir a ser - a realidade? Tenho certeza que os Jogos já foram vividos muitas e muitas vezes. E de uma maneira mais socialmente aceita, todos nós vivemos em busca da sobrevivência. Você pode até não estar sendo caçado abertamente, mas há certamente um contrato social que direciona suas ações. Você trabalha pela sobrevivência, entra no metrô lotado, em condições desumanas para chegar no horário certo, batalha batalha batalha.

Collins escreve sobre a batalha pela sobrevivência, mulheres fortes e heróis que se sacrificam por amor e dedicação. O maniqueísmo não é forçado, as relações são humanas e genuínas. Os personagens são envolventes e o enredo surpreende mais a cada página virada.

É certo que essa saga vai bem além da aventura e fantasia, ela proporciona a reflexão.

Escrevi esse monte de superficialidades, mas o que eu queria dizer é: Dê uma chance a essa história. Virou a minha saga favorita e agora eu me sinto a traidora da J.K. Rowling, mas é muito fácil trocar o Harry Potter pelo Peeta Mellark.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Cinema e a magia de suas salas

Se existe uma herança que ficou de 2012 foi o número de diferentes salas de cinema que eu conheci. 

Começando do início: em agosto de 2012, comecei a escrever pro Cinéfilos - site sobre cinema da Jornalismo Júnior. Aprendi (ou não) a escrever sobre filmes que fui ver, na maior parte das vezes, no cinema. A magia de tudo isso está ai. Até então eu nunca havia reparado na discreta poesia das salas de cinema. Sempre fui assistir a filmes em cinemas de shoppings e em uma quantidade pequena de shoppings. Conhecia no máximo 10 salas divididas entre "boas" e "ruins", mas 2012 foi um ano de mudanças profundas e com isso meus conceitos sobre salas de cinema também mudaram.



Em julho, a lazer e como presente antecipado de aniversário do namorado, fui conhecer o famoso IMAX. É a sala perfeita para ver O espetacular Homem-Aranha, que arrancou suspiros de todas as meninas e enlouqueceu todos os fãs de super-heróis (ou não, não fique ofendido se você não gostou). Para quem nunca foi, recomendo fortemente essa experiência antropológica que é o IMAX. Mas ainda não é a poesia a que eu me referi. Os efeitos 3D do filme não permitem que você tire os olhos da tela, o que não deixa perceber nada além da gigante tela.

Já em agosto, numa verdadeira missão Cinéfila, fui ver um filme na Galeria Olido. Com cara de cinema de rua, cheiro de mofo e cadeiras de madeira, foi a sala de cinema com mais cara de filme antigo e clássico que já visitei. Bem diferente das salas comerciais e industrializadas do Cinemark, entrei em um daqueles momentos da vida que realmente parece que você está vivendo uma vida que não é a sua. A lentidão do filme me possibilitou reparar bem no ambiente, lotado de velhinhos que moram nas redondezas. Ao escrever a resenha senti muita vontade de falar da sala, ao invés de falar do filme. (O filme é O verão de Giácomo e esta foi a minha primeira crítica para o Cinéfilos.) 

Conheci a sala de cabine de imprensa da Paris Filmes. Uma salinha pequena e aconchegante, para aproximadamente 15 pessoas, com um projecionista com cara de quem tem muita história pra contar. Vi dois filmes por lá: As vantagens de ser invisível e Possessão.

Também fui na linda Cinemateca. Vi um dos filmes mais simpáticos da minha vida, cuja resenha nunca saiu do esboço: No espaço não existe coração. Filme divertido, sala moderna, aconchegante e com aquela cara de sábia. Obviamente ela foi reformada, mas ainda guarda muita história. Fiquei impressionada com a sofisticação e aquela sensação de "lugar de cultura". Me senti uma criança lá dentro e me lembrei que ainda tenho muito o que aprender, mas estou no caminho certo.


Descobri também que uma sala do Cinemark pode ser um local de se escrever história. Talvez a comercialização do cinema diminua um pouco o impacto das críticas e o glamour dos críticos - com aquela fama maravilhosa de cineastas recalcados. Mas só talvez porque me vi, tão pequena, sentada ao lado dos grandes - ou grandes recalcados - colunistas de veículos enormes (Folha, Rolling Stones, Reuters, Estadão). Ali, ao ladinho de celebridades do jornalismo cultural, vi A escolha perfeita e Jack Reacher, antes da estréia. 

Agora, após a leitura de "Um filme é para sempre" de Ruy Castro (beijo, Ana, serei eternamente grata pela indicação e pelo empréstimo), estou morrendo de vontade de ver um filme no Cinema Paissandu - mais um dos caprichos de quem tem saudade daquilo que não viveu e agora não vai mais conseguir viver porque o tempo passou. 


O livro é maravilhoso e trouxe muita inspiração pra a Rúvila nova-diretora-tremendo-de-medo-do-Cinéfilos e pra Rúvila fã-de-viver-a-vida-alheia-em-salas-cheias-de-poesia. O Ruy é um jornalista inacreditável. É impossível ler um artigo dele sem pensar que ele viveu na época em que o filme foi produzido, foi ao SET três vezes no dia e era BFF das pessoas sobre quem está escrevendo. Incrível como ele sabe sobre os bastidores do filme ou da vida retratada. 

Também descobri o que é ir ao cinema sozinha - e apesar de não ser do jeito que eu mais gosto, não é mau. É quieto, mas genuinamente meu. 

Não sei qual é o futuro dos críticos de cinema, não sei se eu posso me considerar uma e com certeza não sei se farei isso da minha vida. Só sei que fingi ser uma e it feels so good
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