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domingo, 21 de fevereiro de 2010

History book on the shelf, always repeting itself*

Outro dia passei em frente a uma igreja e nela estavam fazendo uma sessão de exorcismo. Isso não é lá uma coisa que chama atenção das pessoas, não chamaria a minha caso não tivesse terminado agora de ler o livro chamado "Extraordinary popular delusions" ou "Ilusões populares e a loucura das massas" de Charles Mackay. Nesse clássico da sociologia ele passa pelo menos umas 50 páginas falando sobre "A mania das bruxas" e como a sociedade européia da época fazia o favor de queimá-las. Quem leu provavelmente ficou espantando com o como as bruxas eram apontadas e exterminadas por serem funcionárias do Diabo.
É um desastre como uma tradição tão infudamentada como a prática do exorcismo possa continuar presente em nossa sociedade desde então, claro que hoje em dia é diferente, a forca, a fogueira e outras práticas utilizadas com bruxas que tinham poderes como transformar-se em gatos, fazer com que lindas garotinhas tenham graves doenças e vomitem agulhas, prolongar gestações e até cometer atentados contra vida de reis, que fez quase o mesmo número de vítimas que a primeira guerra mundial durante séculos, não, essas práticas não mais utilizadas abertamente e apoiadas amplamente como já foram, os endiabrados e bruxas de nowadays são apenas exorcizados. O público-alvo desse reality show não mudou nada, eles continuam sendo pessoas com cabeças vazias e mentes influenciáveis cujo passatempo é ir à igrejas de origens duvidosas nas quais deixam parte de seu suado salário no final do mês. Gostaria de saber porque uma simples doença, um desmaio é considerado obra do diabo e não apenas uma falha na saúde, falta de vitaminas ou um aneurisma cerebral. No passado, com uma medicina quase nula, era até compreensível esse tipo de credo, mas e hoje em dia? Por que forças malígnas são mais valorizadas que a medicina? By the way, falar em valorização nos tempos atuais é andar em círculos, valorizar algo ou alguém é uma coisa quase impossível. Você se acha valorizado? Poucos dirão que sim. Enfim, voltando ao assunto, o que vejo de bom na sociedade atual é o respeito as fronteiras do que é errado e do que é menos errado afinal eles não saem queimando os possuidos à louca por ai e o exorcismo, pra quem acredita, é até válido.
Acho que todos estão esperando que eu identifique o lado bom, mas nesse caso é realmente complicado, o desastre é a insitência em uma crença infundada sendo que a ciência está tão avançada agora. Mas o fato é: the history book on the shelf is always repeting itself. O futuro repetindo o passado e ninguém aprende nada, num ciclo sem fim.

Por causa de um bloqueio criativo que venho enfrentando o blog anda meio abandonado, espero que isso passe em breve. Textos menores para o agrado geral serão mais usados por aqui.
*Trecho da música "Waterloo" do ABBA

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Aquele da academia

Um corpo escultural sem nada de barriga, bumbum durinho, coxas fortes... ou pelo menos 3 quilinhos a menos no final do mês. Qual mulher consegue tirar esses pensamentos da cabeça?? Pelo menos as muitas que frequentam minha academia não tiram mesmo. As estatísticas não mentem, na piscina são quase 8 mulheres para um homem, em horário de hidroginástica esse número dobra! Claro que a maioria do pessoal da musculação ainda são os caras bombadinhos mas ai a história muda de figura e foge ao meu assunto. Frequento academias desde que nasci. Sempre fui uma nadadora convicta, desde muito bebezinho, mas há uns cinco anos atrás larguei essa vida para entrar em uma outra diferente. Agora que me vi fora da vida pela qual larguei a antiga resolvi juntar as pontas, fazer um laço entre as duas partes e então tentando resgatar antigos bons hábitos de saúde voltei a frenquentar uma academia e aqui estou.
Há quase um mês de socia fiel do clube do maiô aprendi as mutretas necessárias para ir a natação e sair da piscina feliz e com o ego massageado. A primeira coisa que eu aprendi é não ir nadar a noite pois todos que vão a noite gostam muito de nadar afinal é necessário gostar muito para ter ânimo de sair do trabalho e ainda ficar de molho por uma hora e é por gostarem tanto assim que essas pessoas nadam bem demais, enquanto você está na quinta chegada os outros já estão na vigésima. O horário da noite ainda fica pior nos dias de hidroginástica pois a piscina fica menor e com mais gente, não basta sentir-se um péssimo lame-ass-loser nadador mas ainda fica sem chuveiro para um precioso banho depois da aula pois caso você consiga uma ducha vem sempre uma senhora dizendo que você é folgada por não deixar os mais velhos tomarem banho. Ou seja, natação noturna: nããão. Apesar de ruim nesse horário tem músicas animadas, #SCORE.
Outra coisa importante: a tarde é o horário da Fat Family, sim uma família bem grande em todos os aspectos que vocês podem imaginar. Eles ocupam todas as raias, logo não tem espaço pra ninguém pois fica muito lotado além dessa família vão milhares de crianças que não conseguem acordar cedo para o horário infantil e a professora desse horário é muito chata, maaas esse é o ego massage time, saio de lá me sentindo hiper magra, #SCORE. O meu horário favorito é qualquer um cheio de crianças (crianças não julgam seu corpo e são simpáticas) e com o meu professor legal, o que geralmente acontece pela manhã, logo todos os dias eu acordo e vou nadar, #fim-de-papo.
Nadar é uma coisa que não se esquece mas perde-se a prática então quando eu voltei a nadar, no mês passado estava totalmente ruim, fora de forma. Nos dias a seguir percebi que nadar é igual jogar banco imobiliário, você deve investir no que lhe é vantajoso, se uma braçada mais forte é o ideal, vai fundo, se não investe na perna e assim vai. O desastre da vez foi um pensamento que tive: caso nunca tivesse saido da academia por um tempo hoje em dia eu seria uma atleta que recebe seu salário só para nadar. Os motivos pelos quais sai da academia não consigo me lembrar tão vividamente quanto gostaria mas nada me parece forte o suficiente para ter largado a touquinha por quase 5 anos e descuidado da minha saúde do jeito que fiz, mas enfim, consegui imaginar como minha vida seria caso não tivesse largado essa carreira e me dá uma tristezinha só de pensar em como ela seria diferente agora, não teria tido metade das coisas que tenho hoje e por fim cheguei a conclusão de que não me arrependo de ter jogado fora as olimpíadas, eu precisava de uma vida não de uma medalha.
Acho que é normal para nós humanos ficarmos submersos em pensamentos de como seria se tivessemos escolhido aquele caminho e não esse, o que faríamos se pudessemos voltar no tempo, o medo de termos feito uma escolha errada sempre nos assombra quando colocamos a cabeça no travesseiro e pensamos em nossa situação atual, se a situação atual for ruim a assombração torna-se uma perseguição de alto risco, e assim é o humano. Aqui então vai a pergunta que nunca sai de nossas mentes mas ninguém nunca responde com devida honestidade: se houvesse uma segunda chance para tudo e você pudesse voltar atrás numa decisão, como você faria? ou melhor, se você pudesse voltar no tempo, o que mudaria? E eu tenho certeza que quem responde que faria tudo igual não está sendo 100% sincero, todos mudariam algo, não se engane, "mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira".
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