Páginas

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Como a Fuvest roubou meu Natal


Natal não é só um dia, é um sentimento. Você não acorda em maio achando que é Natal. Não. O clima natalino é preparado desde outubro/novembro, quando você vê aquela pilha de panetones no Extra e as primeiras luzes isoladas de Natal. A sensação de que as festas de fim de ano estão próximas vem com a montagem da árvore de Natal, com aquelas horas perdidas desembaraçando o pisca-pisca metade queimado do ano passado, com músicas natalinas do Frank Sinatra, filmes mágicos de Natal e aquele episódio do Chaves em que o Quico ganha todos os presentes e você quase chora de pena do Chaves. E, principalmente, o Natal começa com o fim das aulas. Sem isso o Natal não vem. Não parece Natal.

Pois que o dia 24 de Dezembro chegou e eu não senti o Natal. Dia 23 tive aula, terei aula no dia 26. Passei a tarde estudando, não comi panetone, não tive árvore de Natal e não vi o episódio clássico do Chaves. Mas tive um sentimento todo novo, um sentimento embalado com muito chocolate chique e folhas de fichário, foi o sentimento de que estou no meio do caminho. (Para os desavisados: estou o ano todo me matando de estudar pra entrar na USP e dia 19 fui convocada para a segunda fase, que vai acontecer em janeiro.)

Natal passado eu estava bem triste por não ter sido aprovada no vestibular. Não só eu, uma legião de vestibulandos esforçados passou o Natal com aquela frustração de não ter conseguido ir para a segunda fase. No meio da minha frustração, me vinha a pergunta “como seria se eu tivesse o meu nome naquela lista de convocados pra segunda fase?” e hoje consegui a resposta para essa pergunta.

Assim como não tive Natal no ano passado, não tive nesse ano mas por motivos opostos e tenho que dizer, perder o mágico clima natalino para estudar foi incrível. Sim, me senti awesome lá sentada no sofá da casa da vó com meu Etapa resolve. Me senti dentro da faculdade. Um passinho mais perto do sonho e isso foi um novo tipo de Natal. Ou não. Natal é aquele dia vermelho e verde, cheio de neve e bonecos de neve e caramelos listrados que a fuvest e o país tropical em que eu vivo me roubaram.

A verdade é que eu não fiquei triste em ter o sentimento de Natal roubado. Nunca fui lá uma super fã dessa data porque sempre me acontecem coisas ruins nela, além da falta de neve. Já tive muitos Grinch's e, sinceramente, a segunda fase está longe de ser um deles, ela está mais para metade de um presente que chegará em fevereiro.

Com ou sem Natal, não deixei de ouvir o Hino do Chrismukkah porque essa é a sagrada tradição, amém.

   

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Retrospectiva literária de 2011.


Livros lidos em 2011:

Melancia - Marian Keyes
Eat, Love, Pray - Elizabeth Gilbert
A vida é bela - Dominique Glocheux
A Casa dos Espíritos - Isabel Allende
Antes do baile verde - Lygia Fagundes Telles
The Hound of The Baskerville - Sir Arthur Conan Doyle
Auto da barca do Inferno - Gil Vicente
Iracema - José de Alencar
Mistérios e revelações sobre a Idade Média
Memórias de um Sargento de Milícias - Manoel Antônio de Almeida
Dom Casmurro - Machado de Assis
Os Leões de Bagdá - Brian K. Vaughan, Niko Henrichon
A Cidade e as Serras - Eça de Queiroz
O Cortiço - Aluízio de Azevedo
Capitães da Areia - Jorge Amado
Vidas Secas - Graciliano Ramos
Antologia Poética - Vinícius de Moraes


O casal mais apaixonante:

Alba e Miguel de A casa dos espíritos.
Eles vivem um amor lindo em tempos muito tempestuosos, de muita opressão. Contra tudo e contra todos.

Virei a noite lendo:

Melancia
Muita gente achou um livro frufru e meloso. Eu achei fantástico. É melosinho sim, mas é divertido e a Marian Keyes dialoga com o leitor de uma forma muito gostosa e prazeirosa. Foi uma delícia de ler e mal vejo a hora de ler outros da mesma autora.

Antes do baile verde
É um livro fininho, todo composto de contos de leitura mansa e dolorida. Terminei em menos de 5 dias porque eu simplesmente não conseguia largar. Não cheguei a virar a noite lendo porque sou idosa demais pra virar noites mas se eu tivesse um pique a mais, eu teria virado.

Chorei de soluçar:

Os leões de Bagdá
Sim, eu chorei lendo um graphic novel e não tenho vergonha de dizer. No geral ficou abaixo das minhas expectativas mas o final é TÃÃÃO triste.

Capitães da Areia
Na releitura o livro ficou bem mais triste, só digo isso.

Decepção do ano:

The hound of the Baskerville
Eu ganhei o meu exemplar do livro há uns 3 anos e desde então fiquei admirando e sonhando com o momento em que meu inglês estivesse maduro o suficiente. Resolvi ler. O fato é que eu adorava as histórias do Sherlock Holmes, pelos contos e pelo filme, mas fiquei muito decepcionada com o livro e ainda por cima fiquei constrangida por não ter gostado. 3 anos de espera pra isso.

Grifei:

Antes do baile verde
Esse foi o primeiro livro que li da Lygia e a cada momento eu me parava pra perguntar: "onde foi que eu vivi esse tempo todo sem a Lygia?". Ela tem um jeito que lembra a Clarice Diva, usa as palavras certas e me mata a cada linha um pouco mais.

Não só grifei como mandei por SMS pra Analu:

Antologia poética (Vinícius de Moraes)
Ahh, esse livro arrancou uma parte de mim. Me deu uma nova visão sobre poesia. Foi uma experiência muito boa, obrigada Fuvest.

Soco no estômago:

Capitães da Areia
Ninguém lê Capitães sem ficar sensibilizado. A história de crianças vivendo ao léu nas ruas da Bahia, vagando e vivendo do roubo corta o coração, mas acima de tudo de faz olhar pra sociedade com outra perspectiva.

O mais chato:

A Cidade e as Serras
Só digo uma coisa: se não fosse pro vestibular eu teria largado. Deus está vendo, eu resisti a esse livro então mereço passar.

Iracema
Sabe o que é ler um livro chato, né? E RELER um livro chato? Pois eu não passei uma página sequer sem querer dar um tiro no meio da testa da Iracema.

Abandonei:

Mistérios e revelações sobre a Idade Média
Ele não é bem um livro, está mais pra um almanaque. Eu gostei demais e não abandonei totalmente, o caso é que eu comecei a ler mas o tempo começou a ficar mais apertado e eu resolvi colocá-lo em pause e terminar em 2012.

Morri de rir:

Melancia
O humor da Marian é muito bom, quero muito lê-la no original pra sentir um pouco mais do estilo dela que tenho certeza que se perde muito na tradução.

Memórias de um sargento de milícias
Eu adorei reler este livro porque ele é muito divertido e reflete direitinho o “jeitinho brasileiro” e mostra o que é ser um malandro boa vida. As trapalhadas do Leonardo valem a pena cada página.

Bate bola de personagens:

Personagem masculino mais apaixonante: Felipe de Eat, Love, Pray e Jaime de A casa dos espíritos.
Personagem feminina que eu queria ser: Alba e Clara de A casa dos espíritos e a Dora de Capitães da Areia.
Personagem mais chato: Jacinto e Zé Fernandes de A Cidade e as Serras.
Personagem mais perturbador: Lu e Tatisa de Antes do baile verde e Estéban Trueba de A casa dos espíritos.
Personagem que mais me identifiquei: Alba de A casa dos espíritos. Me identifiquei tanto com ela que acredito que herdei algumas de suas características depois de ler o livro.

O melhor livro de 2011:

A casa dos espíritos
Sem dúvida não só o melhor de 2011 mas um dos melhores da vida. A história é envolvente e inovadora. É um livro com mais de um narrador e você só descobre quem é o bendito narrador no último capitulo. Na maior parte da história estão acontecendo coisas muito tristes e os personagens refletem isso a cada segundo. Em alguns momentos até parece que os personagens ganham vida e tornam-se seus amigos.
Mal posso esperar pra ler mais um livro da Isabel Allende.




(Esse não foi um ano muito produtivo na questão “livros” afinal passei de março a outubro lendo e relendo os livros da lista do vestibular Fuvest/Unicamp e as únicas leituras just for fun foram feitas no período de férias)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

E ai você entrou na minha vida


E ai que há dois anos eu estava saindo do ensino médio. O caso é que meu ensino médio não foi muito comum. Eu fiz médio integrado ao técnico em produção multimídia no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Nome impressionante, né? Pois não foi só o nome impressionante que vivi: foram 3 anos de trabalhos e provas excessivas, horários malucos e falta de tempo crônica.

Em 2008 houve um surto de blogueiragem entre meus amigos. Todos criaram blogs. Eu, claro, morrendo de vontade de aposentar meu fotolog, queria muito criar um blog lindo para mim mas o orgulho não me deixou porque eu não queria ficar com fama de copiadora-maria-vai-com-as-outras-paga-pau que criou o blog depois de todo mundo, mesmo morrendo de vontade. Um segundo motivo que fez com que eu ficasse longe do meu próprio blog em 2008 foi a supracitada falta de tempo crônica. Estava decidido: sem blog até o fim do ensino médio. E enquanto o fim tão esperado não chegava eu usava da escrita para desabafar choramingos adolescentes no fotolog e em uma comunidade fechada no orkut.

Como todo tormento tem seu final, o ensino médio foi embora e eu finalmente tomei A decisão (com alguém que até agora não havia aparecido: o namorado). No dia 14 de dezembro de 2009 criei o Miniature Disasters. No mesmo dia, o namorado fundou o Song Sweet Song.

No início, o MD tinha uma linha editorial fixa: mostrar o lado bom das coisas ruins que acontecem com a gente. Brilhante. Mas me bateu uma frustração porque não é nada fácil ver o lado bom de uma coisa ruim que está acontecendo agora. Ninguém classifica o momento que vive quando se está vivendo. Geralmente os marcos são colocados depois, por exemplo, os caras da pré-história inventaram a escrita mas ninguém imaginou que anos depois a história seria dividia em mundo pré-histórico, antes da escrita, e em mundo “histórico”, inaugurado com a arte de juntar letrinhas. A vida é assim, ninguém consegue ver o lado bom de uma coisa muito ruim enquanto ela acontece principalmente porque sofrer é ruim, tem que ser MUITO otimista para enxergar o copo cheio todas as vezes. Fiquei em uma situação meio chata porque era necessário muita reflexão e desgaste para fazer nascer um texto, o que ia contra os meus objetivos. Hoje, sem linha editorial alguma, o Miniature Disasters reflete o que se passa na minha vida.

Sinto muito orgulho do meu humilde blog. Sei que agora está às moscas mas, é o que eu disse, reflete a minha vida de muito estudo e pouco tempo (e eu achava que no ensino médio não tinha tempo...). Foi atráves dele que fiz GRANDES amizades, conheci pessoas que eu nunca conheceria das formas papai-e-mamãe de se fazer amigos e isso vale muito a pena. E tudo isso faz com que eu cresça de alguma forma porque é algo que vem de mim mesma, são minhas palavras, do meu jeito, a partir de mim. O MD representa uma forma de auto-conhecimento. Cada vez que vejo um amigo comentando no blog, sei que estou fazendo a coisa certa, que estou exatamente onde eu queria estar.

Parabéns, Miniature Disasters, pelos seus dois anos de vida (mesmo quando você resistiu por inércia).

Pra quem lembra do primeiro topo do blog.


Um enorme parabéns ao Song Sweet Song, beijos para meu companheiro da vida e do crime.  

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ao que "poderia ter sido"

Todos os dias eu faço questão de riscar a expressão "E se" do meu vocabulário.
Se escolher uma coisa significa abrir mão de outras, não devo mais pensar naquilo que poderia ter sido caso minha escolha tivesse sido diferente porque e se o que eu deixei pra trás fosse melhor?


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...