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domingo, 30 de janeiro de 2011

Na minha estante: Melancia


Marian Keyes, nascida em 10 de setembro de 1963 na Irlanda, formou-se em Direito mas nunca exerceu a profissão, trabalhou como garçonete em Londres (Claire?). Passou por problemas amorosos, caiu em depressão e foi ai que abusou da bebida chegando a tentar suicídio. Foi para o Rehab e voltou de lá uma escritora que sabe como ninguém usar os problemas pessoais que teve para enriquecer a própria literatura e rir de si mesma. Todas as suas personagens são mulheres que carregam uma boa parcela de autobiografia. Seus 9 romances já foram traduzidos para 33 línguas diferentes e já foram vendidas mais de 23 milhões de cópias por todo mundo!

Melancia, ou o original Watermelon, foi o primeiro livro escrito por Marian Keyes em 1995 e lançado no Brasil em 2003. Aqui em nosso país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza já foram vendidas mais de 55.000 mil cópias do livro (até 2010). Chick Lit, muito engraçado, super fácil, delicioso e rápido de ler.

Esse foi o meu primeiro livro de 2011 (na verdade ganhei de Natal do Pozzi e comecei a ler dia 26/12/2010 mas terminei dia 02/12/2011). A história é bem simples: Claire Webster, no dia do nascimento de sua filha, recebe do marido James a notícia de que ele tem outra e quer o divórcio. Ela sai do hospital faz a suas malas e volta a morar com os pais e duas irmãs, dentre as quatro que tem, em Dublin (Irlanda). Durante sua estadia na casa dos pais é que a história se desenlaça. Primeiramente ela não tira o camisolão de sua mãe, manda sua irmã comprar bebidas e negligencia sua filha recém nascida. Passado algum tempo ela conhece Adam, um cara incrível que acaba por tirá-la desse momento deprê. Quando a garota está feliz, buuum, o ex-marido imbecil reaparece tentando fazer as pazes, desde que ela assuma toda a culpa pelo divórcio(?). Por fim ela volta para Londres com sua filhinha para recomeçar sua vida.

Ao ler Melancia passei todo o tempo lembrando de Correndo com Tesouras que também se trata de uma família louca e desequilibrada (quem pode dizer que os Walsh ou os Finch formam uma família exemplar?). Gente, quem não tem suas bizarrices familiares? Isso vem se tornando cada dia mais comum: em toda família tem um primo que bebe demais, uma mãe que fala sozinha, um pai que desmonta carros para remontá-los depois, uma tia solteira, uma vó viciada em telenovelas, etc etc etc, e tudo isso serve para tornar o romance mais atual e daquele tipo que a gente acaba achando um ponto de identificação. E, no meu ponto de vista, também serve para quebrar aquele esteriótipo de família perfeita e mostrar que toda família tem sua loucura, nada é perfeito.

Quem leu sabe que são quase 500 páginas de monólogos de Claire. Eu amo esse tipo de livro. Adoro passar tardes descobrindo detalhezinhos sórdidos sobre as personagens, comparando as semelhanças comigo mesma e analisando as suas atitudes. Tenho uma confissão: encontrei muita semelhança entre nós. Existencialismo, teu nome é Claire? Nãão, teu nome é Rúvila. Questionar a si mesmo? Nossa especialidade.

Os próximos livros de Keyes que irei ler são Tem alguém ai?, protagonizado pela Anna que é uma irmã hippie de Claire, e Férias, protagonizado por Rachel que também é uma das irmãs de Claire mas essa não apareceu em Melancia assim como a Maggie, estrela de Los Angeles.
 
Fonte: Lost in Chick Lit, Livraria Cultura e Blog Mais Estudo.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Endorfinas: meu novo vício!

A endorfina é um neurotransmissor, basicamente faz a "ligação"entre dois neurônios para troca de informações durante a sinapse (porque dois neurônios normais não costumam ter nenhum tipo de contato), produzido em resposta à atividade física, que tem como função relaxar e dar prazer, despertando uma sensação de euforia e bem-estar.

As endorfinas fazem milagres: melhoram a memória, melhoram o estado de espírito (bom humor), aumentam a resistência, aumentam a disposição física e mental, melhoram o nosso sistema imunológico, bloqueiam as lesões dos vasos sanguíneos, têm efeito antienvelhecimento por removerem superóxidos (radicais livres), aliviam as dores, etc.

Essa maravilha pode ser obtida comendo chocolate e pimenta, através da acupuntura e de exercícios físicos (após 30 minutos de exercícios aeróbicos, para ser mais exata).

O meu encontro com as endorfinas começou cedo: com menos de um aninho de vida eu já fazia natação. Por causa de uma cagada médica meu quadril saiu do lugar e doi até hoje então sempre tive de nadar. Claro que quando você é criança fica mais fácil ir nadar 3 vezes por semana depois da aula, com o tempo e as responsabilidades tive de parar de nadar durante o ano letivo, reduzindo minha fonte primária de endorfina para um mês e meio de férias. No final de dezembro voltava para natação até janeiro. Nesse ano resolvi fazer diferente, voltei para academia sim, mas para musculação e não vou parar quando as aulas voltarem, decidido. Encaixarei a academia no meu horário de algum jeito.

Eu ainda estou no básico - esteira, bicicleta, pesinho, abdominais - mas sinto a endorfina correndo no meu corpo deliciosamente. Cada dia aumento um pouco mais a velocidade da esteira, no comecinho achava que eu ia vomitar e morrer ou romper meu baço, precisando assim de uma boa cirurgia abdominal. Agora cada vez menos acho que vou precisar de cirurgia e demora um pouco mais para que eu ache que vou morrer. Escolho sempre a esteira do canto ao lado de um quadro com desenhos do corpo humano.

Ah, endorfinas, amo vocês, meninas!


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O Verissimo roubou minha caneta

Once upon a time, quando o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo ainda tinha o curso de gestão de negócios culturais e ainda tínhamos alguns passeios realmente culturais, em meados de 2007, ano de glória do Liceu. Bom, nesse ano o Centro Cultural Banco do Brasil, vulgo CCBB, estava em um "ciclo de debates" chamado Cronicamente Viável. O Cronicamente Viável era "apresentado" pelo Marcelo Rubens Paiva, "mediado" pelo Marcelo Tas (pelo menos nas primeiras edições) e sempre tinha um convidado especial: Bruna Surfistinha, Henrique Portugal, ... e LUIS FERNANDO VERISSIMO.

Claro que eu queria ir à todos os eventos possíveis, afinal com 15 anos você quer mais é badalar, não importando nem um pouco se o evento é um debate super intelectual. Enfim, eu queria ir mas minha mãe nunca deixava, eu mesma nem insistia, porque esse CCBB fica na Sé, centro velho de São Paulo, aquele lugar onde os capitães da areia roubam até suas meias e você nem nota. Não basta ser um lugar perigoso, o horário que acabava era perigoso: 23h. Mas claro que quando eu soube que o Luis Fernando Verissimo era o convidado da vez eu desci do salto e implorei. Sim, eu implorei. Posso jurar que até chorei de sair lágrimas (o que teria dado um efeito muito melhor se eu tivesse usado uma bad mascara pra que ela visse as lágrimas pretas caindo). No final ela deixou.

No dia do evento (terça-feira, 11 de setembro de 2007) eu passei o dia correndo pra lá e pra cá no centro com os amigos. Comprei um Outras do Analista de Bajé que eu tinha certeza que seria autografado naquela noite. Mal deu o horário e a groupie aqui já estava toda colérica no início da fila para entrar no auditório e pegar o melhor lugar. Corri e senteina primeira fileira ao lado de um amigo na esquerda e uma senhorinha linda e com carinha de vó que turned out being Lucia Verissimo, esposa do Luis Fernando, em minha direita. Claro que eu bati um papinho com ela e peguei um autógrafo, apesar de sua relutância.

O debate transcorreu sem que eu prestasse atenção no que falavam um minuto sequer tamanha a minha ansiedade para o final, momento no qual eu conseguiria ter o meu lindo livro autografado. Acho que poucas pessoas estavam realmente escutando porque bombardearam o pobre Verissimo com perguntas do tipo "Foi você mesmo que escreveu Quase?", o que eu lembro ter sido uma pergunta super deslocada.

No final o nosso querido Professor, Eduardo Viveiros, pediu ao Verissimo que ele desse uns autógrafos para os adolescentes maníacos que ele levara. Então lá estava eu saltitante: a primeira da fila. Como nosso querido escritor estava sem caneta eu emprestei a minha. (Eu nunca tive a capacidade de ficar com uma caneta por mais de uma semana então meu tio gentilmente colocava nome em todas as que eu tinha para que eu não perdesse ou para que elas voltassem para mim). Felizmente esta era uma das canetas com meu nominho lindo escrito num pedacinho de papel dentro do tubo. Eu emprestei a caneta e ele pegou meu livro para o tão esperado autógrafo.

-Qual é o seu nome?

-Rúvila - Eu respondi tremendo e já esperando a pergunta padrão: "Como?". Mas não. Ele olhou para mim e disse "Que nome bonito!". Eu derreti por dentro mainly quando ele escreveu meu nome do jeito certo no livro seguido de "um abraço" e seu nome.



Depois de todos os milhares de autógrafos Verissimo pegou a minha caneta bic cristal de ponta fina com a identificação por dentro do tubo e colocou em seu bolso. Sim, ele se apropriou indevidamente e acidentalmente de minha caneta, que felicidade!! Com minha caneta no bolso pousamos todos para uma foto.


Cessada a tietagem ele escapou de fininho e foi levado ao taxi que o levaria à algum restaurante. Ele foi embora com minha caneta no bolso. Ele jantou com minha caneta no bolso. E quem sabe não assinou o cheque com a mesma caneta que eu algumas horas antes havia anotado a matéria de geografia? A mesma caneta que eu havia perdido a tampa, colocado na boca, prendido o cabelo, pixado a carteira, feito bigodinho no colega, etc, etc, etc. A mesminha. Fiquei um bom tempo imaginando a cena:

Interior/dia - Escritório de Luis Fernando Verissimo

O escritor observa um detalhe na caneta com a qual fazia anotações. Aproxima-a de seus olhos e nota que dentro de seu tubo há um papelzinho com o nome "Rúvila". Ele coça a cabeça e diz

- Era de uma menina que foi ao Cronicamente Viável. Eu me lembro dela!

Fade out.

E foi assim que minha vida cruzou-se com a de um grande ídolo. Pode ter parecido a coisa mais babaca do mundo mas não é todo dia que um escritor super mega master talentoso rouba sua caneta bic. Também devo admitir que deixei o meu egocentrismo me dominar: pegava o Estadão de domingo imaginando uma pequena crônica sobre a caneta afanada e os créditos à minha mãe por ter sido tão excêntrica na escolha do nome da filha, ou algo do tipo.

Gente, sejam amores e deem uma olhada nesse vídeo de uma amiga minha fazendo um cover da Marjorie Estiano, tá incrível!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Depois de três ataques cardíacos

Hoje eu pedi demissão. Meu plano era pedir ontem quando eu fosse embora e dormir aliviada mas um cliente chegou lá e ficou em reunião com meu chefe até a hora que eu vou embora me fazendo ir para casa com um peso nas costas e uma ansiedade horrível. Em casa, planejando e ensaindo minha demissão, não sei porque, meu coração desparava, juro que tive três ataques cardíacos.A ansiedade foi tamanha que hoje cheguei e não esperei nenhum milisegundo.

Sempre soube que esse trabalho seria provisório. Eu fiz técnico em produção multimídia, o que meus amigos de curso sabem não é lá muito empregativo, mas eu entendo de Tv e Cinema, ou espero entender um dia. Sabem onde eu estou/estava trabalhando? Em uma contabilidade. Sim, eu só sabia fazer o que me ensinassem, às vezes nem mesmo isso. Eu me sentia a Rachel Green. Sim, Rachel. Eu errava tudo e continuo errando, a cada dia encontro um errinho cometido no passado. Juro que não percebo, sou apenas uma desavisada, destraída, sonolenta. Assim: Rúvila, me traz a GPS e eu chegava com um FGTS. Rúvila, folha de pagamento e não pró-labore. Rúvila, horas extras 50% e não 100. Rúvila, isso é um 2 e não um 7. E assim vai, eu nunca acertava o pedido, talvez ainda não consiga acertar os pedidos mas cansaram de me avisar o erro. Enfim, um de-sas-tre. Achei até estranho ter durado 6 meses e no final eu ainda ter de pedir demissão, sempre imaginei o contrário. Para ser sincera justa causa não me surpreenderia.

Foi uma experiência muito estranha. Antes até de ligar meu computador fui à sala do meu chefe e expliquei que sairia de lá porque tenho outros planos e só poderia trabalhar até o dia 18. Assim que parei de falar ele começou a encarar o monitor do computador. Tudo bem. Agradeci a oportunidade e ele disse "a gente tem que ser feliz". Sim, temos mesmo. Depois disso ele foi para casa dele (que consiste no andar de cima do escritório) chorar a perda de uma funcionária linda e incrivelmente excelente, ou conferir umas notas fiscais que eu lancei mês passado.

Aposto que ele foi chorar a perda da Rachelzinha aqui!
 

domingo, 2 de janeiro de 2011

Pronta para mais.

2010 terminou como deveria: Ceia muito farta e gostosa na casa do meu pai, show da virada, fotos nos mesmos cenários. Super confortável, como é sempre, como tinha de ser.

Um detalhe pouco conhecido sobre pais separados é que os filhos tem coração dividido. Uma vez que seus pais são separados eles não vão passar os feriados juntos e é com o coração apertado que digo que há 11 anos quando o relógio mostra meia noite e eu olho em volta nunca vejo todos que eu gostaria de ver. Juro que as vezes fecho os olhos e imagino minha mãe e meu pai vindo em minha direção, juntos, para me desejar um feliz ano novo seguidos do meu namorado que me dá aquele beijo de início de ano, eu abro os olhos e vejo apenas meu pai, minha mãe não está lá, ela está na minha casa provavelmente caindo de sono já - não me importo que eles não estejam casados ou whatever, só queria uma virada com os dois no mesmo recinto - meu namorado está em Guarulhos e se eu estivesse com ele não veria meu pai e não veria a minha mãe. Entendem o que um coração dividido significa? Mudança de ano é um assunto muito sério para mim e é necessário ver minha família reunida para isso. (Me deixa muito triste o fato que metade da minha família já não comemora essa data.)

Acho que esse ano não tenho aquelas "metas" a cumprir, apenas vou me empenhar a escrever mais aqui no meu blog, manter meus amigos perto e inimigos mais perto ainda e estudar, estudar, estudar. Também pretendo ler muuuuitos livros a mais que ano passado. Que esse seja um ano de muito crescimento: espero tomar muitas decisões (e acertar ao menos em algumas delas) e espero escolher o melhor curso noturno na usp, um curso que me faça muito bem e muito feliz, indecisão anymore. Claro que essas não são metas, né? Serão atitudes cotidianas saudáveis, só isso. Ah, também fiz um trato com minha mãe: comeremos salada todos os dias.

2011 começou como deveria: Ver fogos de artifício de cima da laje, brinde com champagne, muitos beijos de feliz ano novo e filme lame na tv. Super confortável, como é sempre, como tinha de ser.

Prontos para mais um ano?
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